Abaixo segue a reportagem do jornal Zero Hora sobre o filme Precious.
Ela é Preciosa
Uma das surpresas do ano, indicado a seis Oscar, longa “Preciosa” entra em cartaz hoje
Tinham tudo para dar errado – a história de Claireece Precious Jones e o filme que narra a sua jornada de amadurecimento. Aí surgem em sua vida infernal verdadeiros anjos como aqueles interpretados, no longa, pelos cantores Lenny Kravitz (o enfermeiro que cuida dela) e Mariah Carey (a assistente social), um roteirista hábil (Geoffrey Fletcher) e um diretor mais ainda (Lee Daniels). E tudo vira. Precious, em português, Preciosa – Um História de Esperança, é um dos filmes imperdíveis na temporada pré-Oscar.Indicado a seis categorias, incluindo melhor filme, diretor e atriz (Gabourey Sibide), favorito em roteiro adaptado e provável vencedor em atriz coadjuvante (para a extraordinária Mo’Nique, conhecida nos EUA como comediante de tevê), o longa estreia hoje no circuito. Narra a história real de Precious (Gabourey, na verdade uma estudante de Psicologia que jamais havia atuado no cinema), garota do Harlem de 16 anos obesa, analfabeta, espancada pela mãe (Mo’Nique) e estuprada pelo pai (que não aparece no filme).Ela já deu à luz uma criança com Síndrome de Down (que nasceu dos abusos do pai) e está grávida de novo. Obviamente não consegue acompanhar os colegas numa escola normal, por isso é enviada a uma instituição diferenciada – onde, incentivada pelo anjo maior, a professora Rain (Paula Patton), aprende não apenas a ler e a escrever, mas a fazer poesia e a buscar a superaração para traumas que a impediam, por exemplo, de falar com outras pessoas.O grande mérito dos autores – Preciosa é produzido por Oprah Winfrey, que se encantou com o livro original de Sapphire, recém-lançado no Brasil – é não cair nas armadilhas das histórias de superação em meio ao caos. Fletcher e Daniels usam e abusam de imagens para ilustrar os sonhos da protagonista e fogem às fórmulas engessadas de construção de roteiro. Recheiam a narrativa de referências, que vão do Barfly (1987) de Barbet Shroeder a Duas Mulheres (1960) de Vittorio De Sica – numa cena aliás antológica em que Precious, vendo o filme na tevê, deixa-se levar pela imaginação até entrar na história e “contracenar” com Sophia Loren. A sequência só não é mais marcante que as imagens finais, uma aula de interpretação de Mo’Nique.E não se engane: a consagração nos circuitos alternativos e o prêmio de melhor longa em Sundance, o principal festival do cinema independente, não se deu devido à linguagem visual modernosa, com sua fotografia cheia de filtros, ou da montagem ágil com seus cacoetes típicos dos filmes publicitários. Preciosa é grande porque conta com esses recursos mas também não abre mão de uma decupagem mais clássica quando ela se faz mais conveniente. Não se curva a normas preestabelecidas, ao contrário, reserva efeitos inesperados e viradas surpreendentes.É um caso em que a forma, mesmo fugindo dos padrões mais conhecidos, só faz valorizar o conteúdo.daniel.feix@zerohora.com.br
Ela é Preciosa
Uma das surpresas do ano, indicado a seis Oscar, longa “Preciosa” entra em cartaz hoje
Tinham tudo para dar errado – a história de Claireece Precious Jones e o filme que narra a sua jornada de amadurecimento. Aí surgem em sua vida infernal verdadeiros anjos como aqueles interpretados, no longa, pelos cantores Lenny Kravitz (o enfermeiro que cuida dela) e Mariah Carey (a assistente social), um roteirista hábil (Geoffrey Fletcher) e um diretor mais ainda (Lee Daniels). E tudo vira. Precious, em português, Preciosa – Um História de Esperança, é um dos filmes imperdíveis na temporada pré-Oscar.Indicado a seis categorias, incluindo melhor filme, diretor e atriz (Gabourey Sibide), favorito em roteiro adaptado e provável vencedor em atriz coadjuvante (para a extraordinária Mo’Nique, conhecida nos EUA como comediante de tevê), o longa estreia hoje no circuito. Narra a história real de Precious (Gabourey, na verdade uma estudante de Psicologia que jamais havia atuado no cinema), garota do Harlem de 16 anos obesa, analfabeta, espancada pela mãe (Mo’Nique) e estuprada pelo pai (que não aparece no filme).Ela já deu à luz uma criança com Síndrome de Down (que nasceu dos abusos do pai) e está grávida de novo. Obviamente não consegue acompanhar os colegas numa escola normal, por isso é enviada a uma instituição diferenciada – onde, incentivada pelo anjo maior, a professora Rain (Paula Patton), aprende não apenas a ler e a escrever, mas a fazer poesia e a buscar a superaração para traumas que a impediam, por exemplo, de falar com outras pessoas.O grande mérito dos autores – Preciosa é produzido por Oprah Winfrey, que se encantou com o livro original de Sapphire, recém-lançado no Brasil – é não cair nas armadilhas das histórias de superação em meio ao caos. Fletcher e Daniels usam e abusam de imagens para ilustrar os sonhos da protagonista e fogem às fórmulas engessadas de construção de roteiro. Recheiam a narrativa de referências, que vão do Barfly (1987) de Barbet Shroeder a Duas Mulheres (1960) de Vittorio De Sica – numa cena aliás antológica em que Precious, vendo o filme na tevê, deixa-se levar pela imaginação até entrar na história e “contracenar” com Sophia Loren. A sequência só não é mais marcante que as imagens finais, uma aula de interpretação de Mo’Nique.E não se engane: a consagração nos circuitos alternativos e o prêmio de melhor longa em Sundance, o principal festival do cinema independente, não se deu devido à linguagem visual modernosa, com sua fotografia cheia de filtros, ou da montagem ágil com seus cacoetes típicos dos filmes publicitários. Preciosa é grande porque conta com esses recursos mas também não abre mão de uma decupagem mais clássica quando ela se faz mais conveniente. Não se curva a normas preestabelecidas, ao contrário, reserva efeitos inesperados e viradas surpreendentes.É um caso em que a forma, mesmo fugindo dos padrões mais conhecidos, só faz valorizar o conteúdo.daniel.feix@zerohora.com.br
DANIEL FEIX
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08:46
Wellington
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